terça-feira, 3 de maio de 2011

Doença celíaca: você pode ter e não saber

Constipação intestinal, rinite, asma, dermatite, ansiedade e depressão são sintomas da intolerância ao glúten

   Os celíacos são pessoas que possuem intolerância permanente ao glúten, proteína que pode ser encontrada  no trigo, aveia, cevada, centeio e malte, e que não podem ingeri-lo de forma alguma. A doença não tem cura, mas retirando-a da dieta a pessoa consegue levar uma vida saudável e normal. Porém, é preciso ficar atento, porque o glúten está presente em pães, bolos, biscoitos e em quase todos os produtos industrializados.

   Nos Estados Unidos e na Europa estima-se que uma em cada 200 pessoas têm a doença celíaca. No Brasil, a estimativa é de que uma em cada 600 pessoas enfrente problemas de saúde por não poder ingerir a proteína. Os sintomas mais comuns relacionados ao glúten são constipação intestinal, rinite, asma, artrite, prurido, dermatite e acne, além de alterações de humor, ansiedade e depressão.

— Quando não são imediatos, os sintomas podem se manifestar até quatro dias após o consumo do alimento e muitas vezes de maneira crônica. Daí a necessidade de observar permanentemente e, se possível, anotar em um papel como o corpo responde após essa ingestão — alerta a nutricionista Natália Dourado.

   Os exames de sangue mais utilizados para detecção da doença são o AAT (anticorpo anti-transglutaminase tecidular) e  o AAE (anticorpo anti-endomísio). Eles são altamente precisos e confiáveis, mas insuficientes para um diagnóstico.
De acordo com o especialista americano Thomas O'Bryan, muitos pacientes levam até 30 anos para descobrir a doença e passam por cerca de cinco médicos, até conseguir obter o diagnóstico preciso.

   Foi o caso da empresaria Marilis Maldonado, que descobriu a doença celíaca, aos 35 anos de idade. Marilis chegou a pesar 32 Kg, ficou entre a vida e a morte, e hoje é proprietária de uma empresa que fornece diversos alimentos sem glúten. Para ela, a maior vitória após ter descoberto a doença e sobrevivido diante de tantas rejeições foi a audácia de criar 30 produtos sem glúten para que o celíaco voltasse a viver em grupo novamente.

   Outro caso é o da nutricionista Claudia Marcelino, que levou 10 anos para descobrir que seu filho autista necessitava de uma dieta sem glúten e sem cafeína.

— Não tem comprovação científica, não é indicada por médicos tradicionais, mas tem uma grande aceitação e melhoras relatadas por pais. Comecei a dieta com o meu filho e hoje sabemos que não podemos viver sem ela — conta Claudia, que escreveu o livro "Autismo Esperança pela nutrição", que narra a história de vida e as conquistas que obteve por meio da nutrição, melhorando a qualidade de vida e a saúde de seu filho.

   Para pessoas que apresentam problemas crônicos de constipação, flatulência, artrite, coceiras pelo corpo, enxaquecas, alterações de humor e ansiedade e que ingerem glúten com frequência, a sugestão é restringir o consumo desses alimentos para observar se há melhora dos sintomas.

— É preciso lembrar que o glúten não é um nutriente essencial para a saúde e a sua retirada da dieta não causa prejuízos — afirma a nutricionista.

   Os celíacos podem consumir os produtos à base de arroz, milho, mandioca, polvilho, batata, quinua, farinha de banana e soja. Produtos que naturalmente são isentos de glúten, como barras de arroz com açúcar, pipoca de milho de canjica, frutas desidratadas, frutas oleaginosas, arroz integral, milho, soja e derivados, leguminosas (feijões, ervilha, lentilha), frutas e hortaliças também são ideais para quem possui a doença.

— O celíaco vive com qualidade de vida e não manifesta os sintomas da doença desde que cumpra a dieta — finaliza Natália.

Sintomas
:: Constipação intestinal;

:: Rinite;

:: Asma;

:: Artrite;

:: Prurido, dermatite e acne;

:: Alterações de humor, ansiedade e depressão.


Fonte: Zero Hora

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